O derretimento do gelo e o aumento da temperatura no Ártico pode estar provocando o aparecimento de fitoplânctons muito antes do esperado. O surgimento precoce dos organismos pode trazer consequências para toda a cadeia alimentar e o ciclo de carbono na região.
É o que aponta um estudo divulgado na publicação científica "Global Change Biology", feito por cientistas do Instituto de Oceanografia Scripps, da Universidade da Califórnia em San Diego.
Trabalhando junto a pesquisadores no México e em Portugal, os norte-americanos marcaram, anualmente, o florescimento dos fitoplânctons - que ficam no fundo do mar e servem como alimento no início da cadeia alimentar - e notaram que o surgimento acontecia mais cedo a cada ano que passava.
O fenômeno foi mais observado em áreas do Ártico nas quais as concentrações de gelo diminuíram nos últimos anos.
Durante o florescimento dos fitoplânctons, que dura entre ume duas semanas, o dióxido de carbono é captado durante a fotossíntese desses organismos. Zooplânctons, por sua vez, se alimentam dos fitoplânctons e servem de comida para peixes comuns.
Para os pesquisadores, ainda não está claro se as espécies que se alimentam dos fitoplânctons conseguem perceber que a "comida" aparece antes nos mares. Essa mudança nos horários de surgimentos dos fitoplânctons pode explicar a variação nos estoques de peixes caçados na região anualmente, dizem os cientistas.
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