O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse na terça-feira (22) que seu país irá entrar em guerra civil se ele for forçado a deixar o poder.
Em discursos para militares e líderes tribais em Sanaa, Saleh afirmou que o Iêmen enfrenta o perigo da guerra civil e desintegração por causa dos esforços para darem um 'golpe' contra seu governo.
'Vocês têm uma agenda para destruir o país, o país será dividido em três, e não dois. Uma parte sul, uma parte norte e uma parte central. Isto é o que pretendem os desertores contra... a unidade', disse, referindo-se aos rebeldes xiitas no norte e aos militantes da Al Qaeda.
'Aqueles que pretendem alcançar o poder por meio de golpes deveriam saber que isso está fora de questão. A pátria não será estável, haverá uma guerra civil, uma guerra sangrenta. Eles deveriam avaliar isto com cuidado', afirmou Saleh a comandantes do Exército.
Eleições parlamentares
Sete semanas de protestos incessantes contra o governo e deserções entre a elite dirigente aumentaram a pressão sobre Saleh para que renuncie imediatamente. Ele está no poder há 32 anos.
Um assessor de Saleh disse que ele deixaria o cargo somente depois de organizar eleições parlamentares e estabelecer instituições democráticas, até janeiro de 2012 -- uma declaração que a oposição rejeitou imediatamente.
'Ali Abdullah Saleh não busca o poder', disse à Reuters seu secretário de imprensa, Ahmed al-Sufi. 'Ali Abdullah Saleh não vai partir sem saber para quem ele está transferindo (o poder).'
O porta-voz da oposição iemenita, Mohammed al-Sabry, rejeitou a oferta de Saleh, de deixar o poder até janeiro de 2012, e declarou que as próximas horas serão decisivas.
Preocupação nos EUA
Os Estados Unidos expressaram preocupação com a instabilidade no país árabe, que se tornou um reduto para militantes da Al Qaeda.
'Nós estamos obviamente preocupados com a instabilidade no Iêmen', disse o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.
Confrontos
Guardas presidenciais leais a Saleh cercaram um batalhão da força aérea na cidade costeira de Hudaida depois que seu comandante declarou apoio aos manifestantes.
Um guarda presidencial e um soldado morreram em confrontos entre as duas forças na cidade costeira de Mukalla, no sul, na noite de segunda-feira, disseram fontes médicas.
Na província de Abyan, no sul, soldados entraram em choque com militantes da Al Qaeda, matando 12 e ferindo cinco, informou a mídia estatal.
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